Um Raio de Sol

A madrugada havia sido fria, envolta em um silêncio profundo que só uma noite de inverno pode oferecer. Mas agora, com o amanhecer, o dia dos pais, 11 de agosto de 2024, surgia. O primeiro sinal de que a noite cedia espaço para o dia foi um leve calor, quase imperceptível, que tocou minha pele.

Minha filha, com apenas sete anos, dormia serenamente ao meu lado, encostada em meu braço. Seus pequenos suspiros eram como melodias tranquilas que preenchiam o quarto, um santuário de paz em um mundo de incertezas. Seu rosto, emoldurado por fios dourados e lisos, repousava no travesseiro, e cada detalhe de sua expressão era uma obra-prima, esculpida pelo tempo e pela inocência.

Um fino raio de sol, ousado e gentil, conseguiu atravessar a fresta da cortina, desenhando uma linha dourada que tocou meu olho. Instintivamente, desviei a cabeça, tentando escapar da luminosidade que quebrava a penumbra suave do quarto. Mas, enquanto tentava voltar ao sono, o raio encontrou um novo alvo: o rosto da minha filha.

Era como se o próprio sol quisesse tocar sua beleza. O feixe de luz fez seus cabelos loiros dourados brilharem como ouro puro, criando uma auréola em torno de sua cabeça. Por longos minutos, fiquei paralisado, em êxtase, observando aquela cena. O mundo parecia ter parado, e nada mais importava além daquele momento. O brilho do sol em seus cabelos era um espetáculo divino, um presente que eu nunca poderia esquecer.

Enquanto o sol lentamente se movia, deixando o rosto da minha filha e se fixando no travesseiro, percebi algo que aqueceu meu coração de uma maneira indescritível. Minha filha era, ela própria, um raio de sol em minha vida. Ela trazia luz, calor e uma alegria que iluminava os cantos mais escuros do meu ser. Não importava quão fria fosse a noite ou quão longa fosse a escuridão, enquanto ela estivesse ao meu lado, sempre haveria um novo amanhecer, sempre haveria um raio de sol.